Percursos - A natureza, as sensações e a liberdade.
Um artista modernista
Francisco Villa Chan
O percurso por onde transitou a sua obra, assemelha-se ao percurso do rio Capibaribe que corre no fundo da sua casa/atelier. O olhar sobre a passagem do rio, ora tão límpido ora tão conturbado, foi seu fio condutor.
Francisco Villa Chan é um personagem de si mesmo.
Conduz com maestria sua produção no campo do interstício entre a figuração e a não figuração, entre o figurativo e o abstrato. É difícil delimitar até onde a fluidez das águas de um rio introjetam visões de liquidez nas suas contemplações e inspirações.
bisAtravessou a figuração, registrando as paisagens do sertão Pernambucano com sua natureza fluida, cujas imagens nos levam a refletir sobre nosso planeta neste momento tão ameaçado.
Embarca na não-figuração com influências vindas das suas próprias paisagens. Fixa-se posteriormente numa abstração lírica, sempre com um olhar poético.
Com formação acadêmica (família de pintores , bisneto de Telles Júnior, maior pintor paisagista acadêmico do estado,com sala especial no Museu do Estado de Pernambuco- MEPE), ingressou na modernidade no início dos anos 60 .
Em 1961 participa da VI Bienal de São Paulo, através da representação recifense. Na década de 80, realiza uma viagem pelo sertão pernambucano observando a paisagem e o comportamento regional dos seus habitantes.
A partir da década de 90 volta para a não figuração que o absorve até os dias de hoje.
Parece que sua obra sai de um olhar particularmente reflexivo nos devolvendo em cores, gestos, texturas, a delicadeza dos seus sentimentos.
Nessa exposição Percursos… quando mostra algumas obras da sua trajetória, Villa Chan propõe uma reflexão sobre as diversas teorias sobre a arte, sejam teóricas, físicas, ou filosóficas, motivando o expectador a meditar sobre o percurso e o papel do homem na vida e na arte nesse momento tão controverso…
Beth Araruna