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Minaretes - Releituras Contemporâneas
Minaretes – Datados aproximadamente dos anos 700, é um dos 4 elementos que compõem o projeto de uma mesquita. Talvez tenham sido influenciados construtivamente pelas torres de observação gregas ou das antigas igrejas, são suposições…
Palavra de origem árabe: o ponto mais alto da mesquita.
Por ser o ponto mais alto – assoma – permite uma ampliação de reflexões sobre a abrangência de conceitos e releituras do mundo contemporâneo.
A artista, através dos aspectos formais dos minaretes, incorporados à sua obra, amplia a compreensão dos diversos signos, por ela desenvolvidos. A exposição, nos conduz também, a um olhar sobre o Planeta, por infinitas leituras.
Beth Araruna
LEILA MIRANDOLA
Nascida em Jaú – SP, primogênita, filha de pais artesãos, sente que a vida tem uma sincronicidade, que tudo parece acontecer como o desenrolar de uma meada apaixonada pela vida, pela cerâmica e todas as formas de expressão.
Nesse contato profundo com o elemento que a fascina – o barro – cria formas, com texturas, que se eternizam e se definem sob a influência do fogo. Neste percurso, há sempre soma de acontecimentos. Sua obra carrega a força interior que a impulsiona e muita intuição. Vê no tempo presente, presentes do céu. Confia e acredita nesta força misteriosa, o seu Deus, seu Rei, seu Amigo Maior.
série Minaretes - Releituras Contemporâneas - Posters - 60 x 85cm (cada)
Leila mirandola é uma ceramista. Mas isso não a define ou a qualifica, posto que a cerâmica é uma técnica milenar, que se abre em múltiplos estilos. Leila Mirandola é uma artista. Mas isso não a define ou a qualifica, posto que se trata de um daqueles termos valise no qual parece caber um pouco de tudo.
O que define leila mirandola é a paixão com que trata a cerâmica. Paixão só superada pela que tem por sua família. E é com esse carinho e essa intensidade de quem cuida de um filho que elabora cada uma de suas peças. Nada é inconsequente ou aleatório.
Cada forma tem um sentido que se desdobra em mil outros. Do barro cru, áspero, rugoso, modula placas finas, delicadas, que se enrolam, se dobram sobre si mesmas, se transformam em receptáculos de energia e de luz. Das altas temperaturas extrai a suavidade e mantém a força. Das altas temperaturas extrai o melhor da cor e do calor.
Cada cerâmica de Leila é única como uma digital, causando a sua própria impressão. Aliás, impressão é a sua marca. Desenvolvendo uma série de minúsculos instrumentos, lapida como joia cada trabalho, engastado com a força de uma gravadora.
O que qualifica Leila Mirandola é a natureza ultrassensível de sua vida que insere no trabalho de artista-ceramista, empreendendo esforços para estudar mais e mais e não dar trégua a matéria, que, a termo, cede aos seus desejos.
Assim como a cerâmica de Drummond, a cerâmica de Leila nos espia dos aparadores, sempre nos perguntando, nos inquietando e nos dizendo mais do que o visível deixa perceber, assim à primeira vista.
Lilian França Pós-Doutora em História da Arte pela UNICAMP.